O petróleo, como disse um dirigente
angolano, «é uma riqueza que serve a população». O país
produz 630 mil barris/dia, perspectivando-se nos próximos
tempos atingir os 700 mil.
Apesar da abundância dos recursos
petrolíferos e das perspectivas de aumento da extracção,
cerca de 1/3 da produção está normalmente comprometida como
garantia de créditos de curto e médio prazo, consequência do
elevado risco financeiro que o país apresenta.
Em 1992, com o reacender do conflito
armado, o sector sofreu um prejuízo de mais de meio bilião
de dólares. A recuperação de algumas infraestruturas e o
arranque da produção, está estimada entre seis meses e um
ano, respectivamente. Só para a reposição das instalações
petrolíferas do Soyo estima-se como necessário um
investimento na ordem dos 250 milhões de dólares.
As vendas de petróleo continuam a
predominar largamente no contexto das exportações (96,5% de
um total de 3.000 milhões de dólares). Contudo, segundo uma
análise do Banco de Portugal, o aumento do volume produzido
acabou por não vir cabalmente reflectido em termos de valor,
devido à descida do preço internacional do crude, pelo que
as receitas do sector petrolífero permaneceram bastante
abaixo do máximo alcançado em 1990 (3.600 milhões de
dólares).
A companhia petrolífera angolana,
Sonangol, efectuou no terceiro trimestre de 1994 a venda de
16,9 milhões de barris de petróleo no valor de 271,4 milhões
de dólares. Só no primeiro semestre, as vendas feitas aos
Estados Unidos atingiram perto de 300 mil barris diários, o
que significou um decréscimo de 10 % em relação ao período
homólogo de 1993. Angola posicionou-se como o 8º. fornecedor
mundial de petróleo desse país nesse período ao vender-lhe
4% do petróleo total que comprou (fonte: B. I.
Portugal-Angola Convergências). O sector contribui em cerca
de 90 % para o Produto Interno Bruto (PIB).
O governo vai introduzir novas concessões
de impostos e novas isenções de taxas na exportação de
produtos refinados em benefício das companhias petrolíferas
que operam a partir de Angola, de forma a incentivá-las a
realizar mais investimentos. Neste momento, a capacidade
exígua de refinação como potencial produtor é de 35 mil
barris por dia. As perspectivas passam pela discussão e
definição de uma nova política de refinação, o que deve ter
em conta a construção de uma nova refinaria. Para isso, as
autoridades estão a analisar as necessidades de consumo
interno e do mercado externo quer regional quer africano, de
um modo geral. No contexto dos países da região austral do
continente africano, Angola apresenta-se como o único
produtor de petróleo, cabendo-lhe consequentemente o papel
de coordenador do sector de energia da SADC.
Os diamantes constituem a segunda fonte
de divisas do país. Encontra-se em vigor uma nova
legislação, que contempla o âmbito e concessão de direitos
mineiros, o investimento estrangeiro na área diamantífera, a
produção artesanal, a comercialização, o controlo de pessoas
e bens nas áreas diamantíferas e o tráfico ilícito de
diamantes. A lei define «zonas de reserva», onde incidirão
os projectos de exploração.
Ferro, cobre, ouro, chumbo, zinco,
manganês, volfrâmio, molibdénio, urânio, fosfatos, enxofre,
mármores e asfalto são outros recursos que o país oferece.