ADRIANO JOÃO SEBASTIÃO, também conhecido
por Adriano Sebastião Kiwima, nasceu em Calomboloca, área da
comuna de Cassoneca, município de Icolo e Bengo, província
do Bengo, aos 11 de Agosto de 1923. É filho de João
sebastião Kiwima e de Isabel Jerónimo.
Começou os estudos primários em
Calomboloca e acabou-os em Luanda, na Escola da Missão
Evangélica. Deixou Calomboloca a 22 de Abril de 1938 e, na
companhia de seu colega Elias António de Carvalho, vem
internar-se na Missão, onde encontrou outros estudantes do
liceu, como António Agostinho Neto, já no 6.º ano.
Depois de fazer o 2.º Grau (4.ª classe)
em 1939, foi convidado pela Directora da Escola da Missão,
D. Elisa Klebsattel, para ensinar como professor auxiliar
durante esse ano. Em 1940, com Joaquim José Cristiano e José
João Webba, foi professor da Escola de Artes e Ofícios da
Casa dos Pobres (Casa Pia). Em 1943 fez o ciclo (3.º ano dos
liceus) e passou a figurar no quadro do professorado
efectivo da Missão Evangélica.
Em 1945 participa na fundação do CEJA
(Centro Evangélico da Juventude Angolana), organização da
autoria de António Agostinho Neto, que tinha acabado o 7.º
ano. Em 1948 ingressa no funcionalismo público através de
concurso para o lugar de Fiscais Cobradores, dos mercados da
Câmara Municipal de Luanda e colocado no mercado do Cacuaco.
Em 1956 conhece Manuel Bento, então
enfermeiro no Úcua, e começam as actividades políticas
integrados no PLUA (Partido de Luta Unida por Angola). No
Cacuaco conhece o Engenheiro Amílcar Cabral, na altura em
prospecção agrícola dos solos da Tentativa no Danje (Caxito).
Em 1958 é transferido do Cacuaco para
Luanda e colocado no mercado das Ingombotas. Em Agosto desse
ano transferido das Ingombotas para o mercado do Kinaxixe,
que acabava de ser inaugurado. Aqui conhece Manuel Pedro
Pacavira, Augusto Cardoso e intensificam-se as actividades
políticas integradas no MINA.
Em 1959 passa para os Serviços de Obras
Públicas como Auxiliar do Quadro Técnico, colocado na
Repartição Regional do Uíge, com sede em Carmona, na altura.
Em Dezembro desse ano chega a Luanda, vindo de Portugal, o
Dr. António Agostinho Neto e, em Janeiro de 1960, convidado
por Fernando Coelho da Cruz, integra a primeira Comissão
directiva do MPLA em Luanda.
Em Abril desse ano vai para o Uíge. É
preso pela Pide em Junho, com outros camaradas, entre os
quais o Dr. António Agostinho Neto.
Em Fevereiro de 1961, depois do ataque às
cadeias, no dia 4, é desterrado com os companheiros para a
Colónia Penal do Bié, no Capolo, e em Junho de 1962 é
transferido para o campo de trabalhos de Extermínio do
Missombo, em Menongue, no Kuando Kubamgo.
Em Março de 1965, com dois companheiros,
é retirado do campo com destino a Cabo Verde, mas fica em
Luanda na cadeia de S. Paulo para investigações.
Em Junho de 1967 é posto em liberdade
condicional porque as investigações levadas a cabo pela Pide
não confirmaram as acusações (tentativas de rebelião no
Campo) que originam a sua retirada. Sob os olhares da Pide
foi mandado com os dois companheiros trabalhar no Campo
Militar do Grafanil, na CDMM (Companhia de Depósito de
Materiais e Munições), ao mesmo tempo que escrevia no
Tribuna dos Musseques, um jornal da Pide em que eram
obrigados a escrever semanalmente como prova da sua presença
e ocupação em Luanda.Nessa situação o encontra o 25 de Abril
de 1974 em Portugal.
Com a chegada a Luanda dos movimentos de
libertação, em que se destaca o MPLA, Adriano Sebastião
volta para as Obras Públicas e, com Júlio Francisco Machado,
começa uma interna actividade política de formação de
Comités de Acção para o MPLA.
Em 1975, com a proclamação da
Independência, é nomeado Director Geral de Apoio a situações
de guerra da Secretaria de Estados dos Assuntos Sociais.
Em 1978 é nomeado Embaixador da República
de Angola na República Portuguesa, missão que cumpre até
1982. Regressa nesse ano a Angola e é colocado no Ministério
da Educação e Cultura, na Inspecção Escolar, função que
exerce até 1985.
De 1985 a 1988 é nomeado Secretário Geral
da Associação dos Antigos Combatentes.
De 1988 a 1991 é eleito Deputado da
Assembleia do Povo da 1.ª Legislatura, coordenando a
Comissão das Reclamações dos Cidadãos da Assembleia.